Sobre o município de Erechim

Erechim em números

Acesse os dados mais atualizados sobre o município no I.B.G.E. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica –IBGE é o principal provedor de informações geográficas e estatísticas do Brasil.

História

Origens

De acordo com estudos realizados pela Eletrosul, o território que constitui, hoje, a região do Alto Uruguai já era habitada pelo homem há pelo menos 10 000 anos atrás. Nos últimos três séculos, a região foi habitada principalmente pelos indígenas da etnia caingangue. No entanto, muitos grupos guaranis também ocuparam as regiões de menor altitude.

É provável que os primeiros povoadores não indígenas da região do atual município de Erechim tenham sido paulistas descendentes de bandeirantes que, instalando-se dispersivamente no território, obtiveram a concessão de tratos de terra requeridos ao governo do estado. Não foi de forma pacífica, inicialmente, a posse das terras por esses primeiros povoadores, que tiveram de sustentar, durante muito tempo, luta tenaz contra os caingangues, conhecidos pelos portugueses como “coroados”.

Firmaram-se, porém, na terra, os poucos posseiros que povoaram o território encoberto pela floresta e sulcado pela abundante rede da bacia hidrográfica ocidental dos rios Pelotas-Uruguai. Por volta de 1887, Augusto de Oliveira Penteado, conhecido por Augusto César, tendo, como companheiros, João Placidino Machado e Antônio Ferreira de Albuquerque, empreenderam uma ousada exploração fluvial, da qual elaboraram circunstanciado relatório que foi enviado à Câmara Municipal de Passo Fundo, em fins de 1888, contendo as denominações dadas por eles a vários acidentes geográficos.

Em 1908 foi fundada a Colônia Erechim, planejada pelo diretor de Terras e Colonização Carlos Torres Gonçalves, atendendo aos princípios positivistas para tornar-se modelo de colonização. O empreendimento teve rápido progresso econômico, facilitado não só pela presença de uma ferrovia, mas também pelas estradas planejadas durante a concepção da colônia e que foram construídas de acordo com os traçados previstos. A colônia foi instalada em 1910, com a chegada dos primeiros 36 colonos: 4 família com 28 pessoas e 4 solteiros.

Pioneirismo e imigração

A região foi colonizada basicamente por imigrantes de origem polonesa (1918),  alemã (1912), judaica (1911) e, principalmente, italiana. As primeiras famílias italianas chegaram na cidade por volta de 1910 através da ferrovia. Os imigrantes italianos, ao longo de vários anos, modificaram a fisionomia social da região com seus valores espirituais, culturais e materiais. Grande parte dos imigrantes, não só os italianos, vinham em busca de uma vida melhor para si e para suas gerações. Ainda hoje é possível perceber interferências dos imigrantes oriundos desses países, especialmente na arquitetura e na culinária da cidade.

Já sobre influência da chegada dos primeiros imigrantes, em 1910 a sede da colônia já possuía um aspecto urbano com abertura de ruas e edificação de cerca de cinquenta casas e outras 22 em construção, todas de madeira, inclusive o chalé do escritório da comissão. Incluía ainda dois barracões para hospedagem dos imigrantes, enfermaria e depósito de materiais, nove casas comerciais, uma barbearia, uma alfaiataria, três sapatarias e um açougue. Também foi rápido o desenvolvimento da zona rural. Até 1914, a sede inicial da colônia Erechim foi o povoado que mais prosperou em toda a região. Em 20 de abril de 1916, o escritório da Comissão de Terras e Colonização foi transferido do Povoado Erechim para o de Paiol Grande, sede geral da colônia anteriormente escolhida.

Trilhos de Erechim em 1910
Trilhos de Erechim em 1910
Avenida Maurício Cardoso, Erechim (década de 1920)
Avenida Maurício Cardoso, Erechim (década de 1920)

Formação administrativa

Com o crescimento do povoado e de sua economia – agricultura, pecuária, comércio e serviços – o município de Erechim foi elevado à categoria de município com a denominação de Erechim, pelo decreto estadual nº 2342, de 30 de abril de 1918, assinado por Borges de Medeiros, desmembrado do município de Passo Fundo. Sede na antiga povoação de Boa Vista do Erechim, instalada em 18 de junho de 1918. Ao longo dos anos o município foi ganhando novos distritos. Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1 de setembro de 1920, o município estava constituído de cinco distritos: Boa Vista do Erechim (sede), Erechim, Barro, Erebango e Marcelino Ramos. Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1937, o município apareceu constituído de onze distritos: Erechim, Barro, Marcelino Ramos, Nova Itália, Nova Polônia, Paulo Bento, Quatro Irmãos, Rio Novo, São Valentim, Treze de Maio e Viadutos. No quadro fixado em 1943, o município era constituído de doze distritos: José Bonifácio (ex-Erechim), Barro, Carlos Gomes (ex-Ribeirão do Torto ex-Nova Polônia), Cotegipe, Marcelino Ramos, Nova Itália, Paulo Bento, Princesa Isabel (ex-Treze de Maio), Quatro Irmãos, Rio Novo, São Valentim, Severiano Almeida (ex-Nova Itália) e Viadutos. Em divisão datada de 1 de dezembro de 1960, o município era constituído de nove distritos: Erechim, Barão de Cotegipe, Capo-Erê, Itatiba, Mariano Moro, Nova Itália (ex-Severiano de Almeida), Paulo Bento, Quatro Irmãos e Três Arroios; em última modificação feita, em lei estadual nº 10762, de 16 de abril de 1996, desmembraram-se de Erechim os distritos de Paulo Bento e Quatro irmãos, elevados a categoria de municípios. Erechim passou a constituir-se de três distritos: Capo-Êre, Jaguaretê e a Sede.

Crescimento urbano

Depois de terminadas todas as diligências oficiais referentes ao ato de emancipação, o Secretário de Obras Públicas Carlos Torres Gonçalves ordenou a execução da divisão da cidade que serviria de sede ao novel município pelos engenheiros e agrimensores da comissão de terras, que funcionava no antigo povoado Erechim (hoje Getúlio Vargas). Tomaram, então, como ponto de partida a Estação Ferroviária, sem contudo ter feito, ao que tudo indica, o reconhecimento prévio do terreno. O planejamento repetiu a planta da cidade de Belo Horizont, capital do estado de Minas Gerais, também foi baseado em conceitos urbanísticos usados nos traçados de Washington D.C (1791) e Paris (1850). Aprovado o futuro traçado, iniciou-se a implantação da cidade com a venda de terrenos e respectivas construções de madeira, aparecendo tudo com rapidez, principalmente na Avenida José Bonifácio, hoje denominada Maurício Cardoso. E, assim, como que por encanto, surgiu a Vila Boa Vista, substituindo a antiga Paiol Grande.

Com o passar dos anos, também houve uma necessidade em obras e intervenções nas ruas da cidade. As principais foram o nivelamento da canhada existente na avenida Maurício Cardoso, canalização das sangas existentes nas primeiras quadras das ruas Itália e Nelson Ehlers, e o nivelamento de muitos outros buracos com madeira e terra.

Anos mais tarde, foram feitos grandes estudos que comprovaram que Erechim se desenvolvia sobre buracos – em trabalho executado pela antiga comissão de terras, um levantamento que durou muitos meses, capitaneado por Diumer Schneider, os Irmão Malinowski, os Irmãos Losina, Antônio Bergmann e Henrique Schwerin, fizeram um levantamento topográfico de dois em dois metros quadrados. Antes mesmo do término desse serviço, um prefeito da época mandou o agrimensor da prefeitura nivelar o calçamento e foram estendidos os cordões, com todos os defeitos da superfície. Muitas administrações tentaram em vão nivelar a cidade. Mais tarde desenhou-se o Plano Diretor, que dispunha sobre o desenvolvimento urbano. Com ele, concedeu-se o nivelamento de muitas construções antes de fazer o nivelamento das ruas, o que resultou em casas com muitos andares enterrados, depois de as ruas serem nivelada como deviam, para atenuar com as íngremes subidas. Houve uma grande celeuma na cidade sobre esse plano diretor, que acabou arquivado.

Centro executivo no centro da cidade, o Prédio do Relógio.
Centro executivo no centro da cidade, o Prédio do Relógio.
Uma das casas construídas na década de 1930 em Erechim que acabou sendo destruída por um incêndio em 2010.
Uma das casas construídas na década de 1930 em Erechim que acabou sendo destruída por um incêndio em 2010.

Geografia

Erechim está localizada junto à região do Alto Uruguai, que está situada entre o Rio Uruguai e o Rio Ijuí, tendo em seu território várias sub-bacias de pequenos e médios córregos com papéis importantes em sua configuração. Erechim tem a altitude média de 783 m. Limita-se com os municípios de Aratiba e Três Arroios, a norte; Getúlio Vargas e Erebango, a sul; Gaurama e Áurea, a leste; e Paulo Bento e Barão de Cotegipe a oeste. Está a cerca de 370 km da capital do estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, sendo 330 em distância rodoviária. Na região onde Erechim está localizada, o basalto é o material de origem do lugar, que se caracteriza como planície profundamente recortada pelos afluentes do Rio Uruguai.

A área do município é de 430,764 km², representando 0,1602% do território gaúcho, 0,0764% da área da região Sul do Brasil e 0,0051% de todo o território brasileiro. A área do perímetro urbano é de 14,2925 km². Erechim também está situada na Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense, na divisão 004, que engloba os municípios que faziam parte da Microrregião de Erechim, nomenclatura que foi substituída em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta nova divisão também colocou Erechim como parte da Região Geográfica Intermediária de Passo Fundo.

Clima

O clima de Erechim é considerado subtropical úmido (tipo Cfa segundo Köppen), enquadrado na zona climática designada pela letra C,[40][41] com chuvas regulares durante todo o ano e temperatura média anual em torno dos 18 °C, tendo invernos frios, raramente de forma demasiada, e verões com temperaturas moderadas. No inverno, quando são comuns entradas de massas de ar polares, as temperaturas podem cair para abaixo de zero, favorecendo principalmente a ocorrência de geadas.

Outono e primavera são consideradas como estações de transição. O índice pluviométrico é superior aos 1 800 milímetros (mm). Durante períodos de longos veranicos também são comuns registros de fumaça de queimadas em morros e matagais, principalmente na zona rural. A precipitação de neve na cidade, apesar de não ser algo muito comum, já ocorreu em algumas ocasiões, nos anos de 1918, 1942, 1956, 1957, 1965, 1990 e 2001.

 

Registros de neve em Erechim em 1917
Registros da neve em Erechim - 1917

Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, em operação desde novembro de 2006, a menor temperatura registrada em Erechim foi de −3,8 °C no dia 18 de julho de 2017 e a maior atingiu 35,6 °C em 29 de dezembro de 2019. O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou a 109,2 mm em 26 de setembro de 2015. Entre agosto de 1957 e janeiro de 1982, o maior acumulado de chuva em menos de 24 horas foi de 188 mm, em 12 de junho de 1970. Outros grandes acumulados foram de 175 mm, em 11 de dezembro de 1970; 171 mm em 20 de junho de 1977; 169 mm no dia 4 de agosto de 1966 e 130 mm em 16 de abril de 1971. A maior rajada de vento chegou a 27,9 m/s (100,4 km/h) em 30 de junho de 2020, provocada pela atuação de um ciclone bomba no Sul do Brasil.

Dados climatológicos para Erechim
Dados climatológicos para Erechim

Ecologia e meio mbiente

A vegetação do município é uma mistura entre a Mata das Araucárias, que é a floresta ombrófila mista, e pradarias. Uma das árvores mais comuns da cidade é a araucária, típica de regiões geladas do Planalto Rio-Grandense. Em Erechim, recentemente, a prefeitura fez o plantio de mudas da árvore no parque Longines Malinowski. Cerca de 1300 mudas foram distribuídas, todas provenientes do horto florestal municipal. Também foram realizadas atividades envolvendo o público durante a semana do meio ambiente. Foram feitos passeios em trilhas, visitas ao aterro sanitário e às nascentes, oficinas, apresentações artísticas e exposições, contando com a participação de cerca de mil pessoas.

O município também é afetado pela poluição proveniente do crescimento da frota municipal de veículos. Foi realizado através das secretarias de Cultura, Esporte e Turismo e de Meio Ambiente o Passeio Ciclístico Cidade de Erechim Contra a Poluição. O evento tem como objetivo ser alusivo ao Dia Contra a Poluição.

Araucária, típica de regiões temperadas do Planalto Rio-Grandense, abundante na cidade
Araucária, típica de regiões temperadas do Planalto Rio-Grandense, abundante na cidade

Segundo a prefeitura, o licenciamento ambiental é a parte da gestão ambiental que orienta a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos naturais potencialmente poluidores ou daqueles que, sob qualquer jeito, possam causar destruição ambiental. As licenças ambientais no município de Erechim são feitas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) baseando na Lei Municipal nº 3932 de dezembro de 2005, considerando as resoluções 102/2005 e 16/2001 do Conselho Estadual de Meio Ambiente, além das propostas pelo Conselho Municipal de Proteção Ambiental (COMPAM).

Símbolos

Brasão e bandeira

O Brasão de Erechim é um símbolo de Erechim, município do estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

Ele traz as cores representadas na bandeira alternativa do município: azul, vermelho e verde. Contém símbolos que representam uma coroa, uma enxada e um machado cruzados sobre um monte, um rio e o tradicional prédio Castelinho. No canto inferior, são destacadas as palavras: “Erechim, paz e prosperidade”.

Já a Bandeira de Erechim é um símbolo de Erechim, município do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ela contém faixas brancas e verdes separadas pelo brasão do município.

Brasão de Erechim
Brasão de Erechim
Bandeira de Erechim
Bandeira de Erechim

Hino oficial

Salve o norte do Rio Grande amado,
Que progride a passos tão gigantes
Solo fértil, rico e abençoado,
Quando matas, taperas era antes
Pioneiros intrépidos lançaram
Com suor a semente do bem,
Como os pinheiros altivos alçaram,
Hoje os frutos são nossos também.
Erechim, Erechim, por ti vibram nossos corações!
Erechim, Erechim, só por ti seremos campeões!
Sempre unidos marcharemos,
Sempre honrando com amor,
As tradições mais caras,
Pois somos filhos de heróis de ardor!
E sem temor mostraremos,
Com alma viril,
Que tudo é por Deus
E pela glória deste querido Brasil!

Letra: Terezinha Becker Dilélio
Música: Frederico Schubert    
Revisão: Oswaldo Engel